Certamente, você já deve ter ouvido falar de sustentabilidade. Mas você sabe o que significa?
Até mais do que isso, você prática alguma atividade sustentável?
O planeta precisa de ajuda e uma das formas de contribuir é justamente reaproveitando matérias que seriam descartados. É nesse cenário que o upcycling se mostra um exercício muito eficiente para ajudar na preservação do planeta.
Nesse post você vai saber como surgiu o upcycling, como aderir ao uso dessa prática, onde ele é encontrado, a importância, a diferença entre upcycling e reciclagem, e muitas outras informações importantes para te deixar por dentro de tudo sobre esse assunto.
Origem do upcycling
Quem pensa que a prática de upcycling começou há pouco tempo está enganado, embora tenha se popularizado ainda mais nos últimos anos. A upcycling é basicamente dar uma nova utilidade a produtos e matérias que iriam para o lixo, usar para criar itens criativos e com qualidade e chegar ao patamar da peça original ou até mesmo a superar.
Sendo assim, a expressão upcycling foi usada pela primeira vez pelo ambientalista Reine Pilz, no ano de 1994. Mas somente em 2002 que o termo pegou mais popularidade.
A partir dessa época, o upcycling vem ganhando cada vez mais espaço em diferentes áreas, se tornando até mesmo modelos de negócios dentro da moda, arquitetura e design de interior, como será mostrado mais adiante.
Além disso, as pessoas andam procurando empresas que adotam a prática de sustentabilidade em sua produção e adoção de atividades pensando na conservação do planeta.
Então, o uso do upcycling diminui o volume de materiais que ficariam muito tempo em lixões. Um outro benefício dessa prática é reduzir a precisão de explorar matéria prima para a confecção de novos produtos. Pegando o plástico como exemplo, essa atividade simboliza menos uso de petróleo e menor quantidade de árvores cortadas.
Uma outra vantagem muito grande é que o upcycling reduz significativamente o uso da água e, por consequência, a energia. Isso porque não vai ser necessário abrir novas explorações de recursos naturais.
Além do mundo agradecer por usar essa prática, as pessoas podem se beneficiar com produtos de qualidade para dentro de casa ou nas roupas.
Dessa maneira, confira os locais que você usar itens dessa prática sustentável.
Upcycling para dentro de casa
No upcycling não existe um limite de criatividade. Por exemplo, é provável que você tenha alguma mobília ou roupa que todo mundo fala para jogar fora, mas não faz isso por ter apego com ele, certo?
Então, em vez de descartar, você pode procurar abrir um processo de upcycling para continuar com seu amado utensílio, porém dar uma nova funcionalidade para ele.
Primeiro, só é preciso usar sua criatividade para pensar em algo que esse objeto pode ser transformado e depois colocar a mão na massa.
Dessa forma, o upcycling é a prova que dá para explorar um objeto que parecia já não ter mais utilidade.
Se a pessoa retrabalhar na confecção de um item, ainda mais se for algo especial para ela, o novo objeto já vai nascer com história. Assim, poderá usar um novo utensílio sem perder o apego que tinha.
Com o upcycling é possível transformar pedaços de roupas em bolsas, cachecóis, vestidos, jeans que podem se tornar outras peças de vestuário.
As possibilidades são infinitas.
Upcycling no setor industrial
Algumas empresas se especializaram no trabalho de manufatura que reutilizam os materiais em itens que voltam para o ciclo de consumo das pessoas.
Sendo assim, as companhias usam a upcycling como meio de preservação da terra, diminuindo a quantidade de lixos a ser despejados e, em alguns casos, descartados até mesmos em lugares inapropriados, como o oceano, por exemplo.
O grande destaque (e muito da sua popularidade) vem do setor da indústria da moda. Diversas empresas gigantescas já produzem roupas pensando na sustentabilidade para a preservação do planeta.
Dessa maneira, confira com detalhes como o upcycling é usado na moda.
Upcycling na indústria da moda
Não só de glamour vive a indústria da moda. Para quem costuma acompanhar apenas os lançamentos das roupas pode não imaginar que esse setor já foi visto de forma negativa por conta de ser poluente, gastar muita água na confecção das peças de roupas e produzir uma grande parcela dos micros plásticos que são despejados no mar.
Para tentar mudar essa realidade, marcas gigantes de roupas, como Gucci e Armani, começaram a dedicar esforços em confeccionar roupas, incluindo coleções, utilizando materiais sustentáveis.
Então, todo esse imenso consumo na indústria da moda é chamado de fast fashion.
Isso quer dizer que há muita exploração de recursos naturais de forma inconsequente, o que só gera ainda mais lixo no mundo, como mostra esse vídeo.
Para ir em contramão dessa situação, surgiu o Slow Fashion.
O que é o Slow Fashion?
Na contramão das marcas que causam danos ambientais no mundo, algumas empresas do campo da moda decidiram ter atitudes para mudar esse cenário controverso de impactos ao meio ambiente.
E assim nasceu o Slow Fashion, uma moda mais sustentável.
Dessa maneira, a moda Slow Fashion trata de evoluir e confeccionar produtos de maneira que não agrida tanto o meio ambiente, além de abrir oportunidades para se viver melhor usando uma roupa bacana e com materiais reaproveitáveis (sem abandonar aquele item que gosta, mas que já estava velho e sem uso).
Para que essa atividade dê certo, as empresas que adotaram a moda Slow Fashion como método de trabalho necessitam colocar em prática o equilíbrio de produção.
Isso significa o uso de criatividade, longevidade e uma boa relação com os seus clientes, sem deixar de entregar produtos de melhor qualidade possível.
Diferença de moda sustentável e Slow Fashion
Apesar de ser parecidas, existem diferenças fundamentais entre a moda sustentável e o Slow Fashion.
A primeira modalidade está mais ligada com os danos que a fabricação de roupas causa ao meio ambiente e também de forma geral dentro da sociedade, prejudicando a saúde das pessoas e dos animais, seja os terrestres ou marinhos.
Com isso entra a questão dos produtos sem uso de pesticidas no plantio de matérias primas ou itens que são tóxicos no tingimento, não gastar água, prestar atenção e dedicar cuidado com a quantidade de resquícios fabricados, com a categoria de energia usada, embalagens, os veículos utilizados, as condições de trabalho das pessoas que estão diretamente na confecção dos produtos, entre várias outras práticas.
Então, mesmo que o Slow Fashion também exija uma preocupação social vinda das empresas, neste caso, o foco está relacionado na qualidade e no intuito que essas mercadorias são feitas.
Aém da questão ambiental, o foco é confeccionar peças de roupas com boa durabilidade, incentivando as pessoas a ter um consumo consciente e fugir de tendências que estão só de passagem.
Em suma, ambos os conceitos seguem para um mesmo destino de sustentabilidade, mas pegam algumas vias diferentes em certos aspectos.
Mas no fim possuem um objetivo em comum: um planeta menos agredido pela indústria da moda, possibilitando uma melhora para o meio ambiente e também para as pessoas.
Empresas brasileiras que usam o upcycling em sua produção
O Brasil conta com algumas marcas focadas apenas em produzir roupas e acessórios usando o upcycling.
Dessa maneira, conheça três empresas nacionais desse ramo de atividade:
Comas São Paulo
As peças de roupas que são produzidas, mas não recebem autorização do controle de qualidade de irem à venda por motivos de pequenos, médios e grandes problemas se tornam matéria prima para uma marca da Agustina Comas.
Em sua confecção, a Comas usa as características originais das peças rejeitadas. Um outro ponto que vale destacar é que a empresa oferece cursos e mentoria para a produção de peças usando a técnica do upcycling.
Farrapo Upcycling Couture
A empresa Farrapo Upcycling Couture confecciona de forma artesanal roupas exclusivas usando o reaproveitamento de descartes de fabricas têxtil e peças vintage que já não estão sendo usadas.
A marca surgiu em 2012 através da designer Kamila Olstan e as roupas são feitas uma a uma em seu estúdio, que fica em Curitiba.
Você pode acompanhar as coleções que estão à venda, inclusive nas redes sociais da empresa.
Think Blue Upcycled
A Think Blue é um projeto da designer Mirella Rodrigues, que produz suas peças em um estúdio no Rio de Janeiro.
Quando estava na faculdade, ela tinha uma ambição de criar uma maneira de reduzir os danos negativos no mundo durante a confecção de roupas jeans.
E foi nesse intuito que fundou a Think Blue Upcycled and Slow Fashion.
A empresa tem o foco na produção de roupas, como: calças, casacos, saias, vestidos, shorts e tops confeccionados utilizando o reuso de peças jeans.
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Diferenças entre upcycling e reciclagem
Para terminar esse conteúdo, também vale a pena explicar a diferença entre upcycling e a reciclagem.
A reciclagem é um processo que envolve a destruição de componentes para transformá-los em um item novo. Já o upcycling utiliza os resquícios e transforma em uma peça nova tendo como base suas próprias características já existentes.
Para que fique claro, pense que a reciclagem é passar tecidos antigos ou usados por procedimentos químicos e mudá-los para tecidos novos. Enquanto no upcycling se usa o mesmo tecido, com suas características originais e se transforma em um novo item.
O que é muito vantajoso para a dona da peça já que vai ser possível manter os aspectos iniciais do seu item.
Isso significa que no upcycling o formato original da peça é mantido. É possível reconhecer o item original.
Por exemplo: uma família tem a tradição das mulheres se casar usando um só vestido, mas essa peça pode ser customizada usando as técnicas de upcycling. Ou seja, a personalização é feita, mas as características iniciais permanecem. É uma economia circular.
O upcycling pode ser encarado como uma espécie de homenagem aos seus itens de casa mais antigos, ainda mais se eles tiveram um significado especial na sua vida.
Então, faça você mesmo seus produtos de roupas e aproveite bastante.
